tag:blogger.com,1999:blog-83109929288650469802024-03-12T16:28:16.099-07:00O BibliotecárioOs que lêem, os que nos contam o que lêem, os que vagam pelos nichos e ruidosamente viram as páginas dos livros, os que obstinadamente guardam palavras e imagens para memória perpétua das coisas... São eles que nos conduzem, que nos guiam, que nos mostram o caminho!
Códice Asteca (1524),
Biblioteca Vaticana.Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.comBlogger259125tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-57004430585917880042010-02-20T11:40:00.000-08:002010-02-20T12:03:48.244-08:00Da Ausência como Cegueira e Incompreensão<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7NdgD6FHL2YSIALp0yaHoeY7lu7NeIQZOllEO4DlJGAzZi2aTqLn-19qXEj3x6ilpLd8TtfS4XWnLQCH9hraSU7fjiXj6XLkwY9IacIe3YDrsPT7CsJKsb-3yhRKgtcaJ5xxsA1ifB48/s1600-h/cegueira.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5440413157111295970" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 254px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7NdgD6FHL2YSIALp0yaHoeY7lu7NeIQZOllEO4DlJGAzZi2aTqLn-19qXEj3x6ilpLd8TtfS4XWnLQCH9hraSU7fjiXj6XLkwY9IacIe3YDrsPT7CsJKsb-3yhRKgtcaJ5xxsA1ifB48/s400/cegueira.jpg" border="0" /></a><br />Como é do conhecimento de todos, Deus, já há algum tempo, foi solenemente instado a se retirar do quadro de referências da moderna cultura ocidental. Com efeito, e desde então, o ditame imperativo da intelectualidade laica, segundo o consenso dos que ainda são aptos a discernir, é o imanentismo radical, isto é, a rejeição de um sentido transcendente da existência e a total circunscrição das experiências humanas ao reino deste mundo - tão vasto, largo e profundo quanto o nosso próprio umbigo. Porém, embora esteja na moda, ou ditando moda, o imanentismo radical só é novo mesmo em sua radicalidade, visto que antes já existia como harmonioso contraponto à noção - agora segregada e tolhida - de transcendência. Na literatura, a tensão permanente entre esses dois pólos foi sempre o fator preponderante para criação daquilo que se convencionou chamar de obra-prima, clássica ou canônica, onde o leitor desavisado, mas sempre fascinado, deparava-se com seus próprios pensamentos, atos e palavras que, no momento sublime da leitura, eram-lhe restituídos com majestosa beleza e iniludível verdade. Não obstante, uma vez que excluiriam Deus, logo evanesceram os atributos artísticos de beleza e verdade!... E a cultura ocidental, particularmente a literatura, de imediato resvalou na tautologia da “<em>arte pela arte</em>”, que começa e termina em si mesma, num intimismo quase autista. Muitas são as conseqüências deste fenômeno, sendo mais evidente a abolição da Autoria. Não falo do direito autoral, mas da “<em>autorictas</em>” (a autoridade e alteridade) do autor, que agora já não responde pelo amontoado de palavras que contextualizou sem nada dizer, e pelo leitor que, do outro extremo da anarquia, reivindica o direito absoluto de ele mesmo atribuir, ou não, algum significado - contentando-se por vezes com a recitação masturbatória de impressionismos ruidosos e ocos. Som e fúria!... O que caracteriza, portanto, a literatura moderna como um todo (salvo preciosas exceções) é a perda dessa dialética tensional e, sobretudo, a extinção da boa cumplicidade entre escritor e leitor na geração responsável da significação do texto – daí tantos clássicos ininteligíveis de um lado e tantos best-sellers descartáveis de outro. É verdade que Joyce quis encontrar uma via média, mas, ao limitar (kantianamente) as possibilidades de conhecimento aos fenômenos sensíveis e às formas vazias de intelecção, reduzindo tudo a um subjetivismo tirânico, criou a forma mais requintada e letal de imanentismo moderno: a “<em>Egofania</em>”. Depois disto a literatura perdeu, juntamente com o referencial de Deus, o direito a significação própria, tornando-se refém das mais estapafúrdias teorias literárias - perante as quais já não existe autor, discurso, enredo, texto, referência ou significado, mas quando muito um leitor que, arrogante e cego, tenta inteligir formas que não representam nada mais que o desdobramento hipotético de sinais semânticos num pedaço de papel. Isso acontece porque a face de Deus em direção à qual o sinal semântico se voltou para ser legitimado foi nublada pelo solipsismo luciferino de autores-leitores vaidosíssimos e, por isso mesmo, deficientes. E tal deficiência não é outra coisa senão essa lamentável insensibilidade à transcendência. Pergunto-me que moderna teoria literária pode colaborar minimamente para a compreensão da estrutura teológica do "<em>Paraíso Perdido"</em> de Milton? Qual delas pode explicar, sem rodeios semióticos, as gradações de luz por meio da qual Beatriz se aproxima de Dante no canto XXX do "<em>Purgatório"?</em> Ou mais recentemente, qual a lógica do desejo metafísico que, para além de sofismas psicanalíticos, move e comove os personagens de Dostoievski, de Proust, de Guimarães Rosa ou de Flannery O’Connor? A grande arte, seja em seu aspecto afirmativo ou negativo, é religiosa. Tanto Ésquilo ou Cervantes, Tolstoi ou Comac MacCarthy são escritores cuja genialidade está nas mãos de um Deus vivo - que todavia poucos conseguem inteligir. Para eles, assim como para Kierkegaard, a existência humana, mesmo numa representação ficcional e artística é “<em>Ou\ou</em>”. Aqui cumpre dizer que a melhor definição moderna de representação artística é aquela que a qualifica como formas de literatura, pintura e música nas quais já não se tem mais a experiência de Deus como inspirador, predecessor, competidor ou mesmo antagonista da noite escura da criação (como a de São João da Cruz, que é a longa noite de todos os poetas verdadeiros). Contrariamente, em escritores-leitores da moda, que convencidos pelo sofisma de Protágoras (velho adversário de Platão) para quem o homem é a medida de todas as coisas, a arte é um monólogo do tipo “<em>shadow-boxing”</em> – uma briga com a própria sombra – que pode ser encenado na música atonal ou aleatória, na arte abstrata ou não-representativa, em certas formas de escrita dadaísta, surrealista, automática ou concreta. O referencial será sempre Eu. Portanto, decifra-me ou te ignoro. Eis aqui o diagnóstico da nossa cegueira. E para completar e agravar o estado de <em>trevas tenebras </em>desse imanentismo umbilical<em>, </em>concorrem sempre as novas teorias literárias. Sim, pois o carnaval relativista e as orgias egofânicas do pós-estruturalismo, da <em>jouissance</em> de Barthes, das psicologices de Lacan, das elucubrações “<em>sofisti</em>cadas” de Derrida, de Saussure e Foucault, do desconstrucionismo e de todas aquelas, enfim, que ocupam o espaço inteiro do ensino acadêmico nestes tempos de cegueira - são doenças espirituais, obsessões que nos encerram hipnoticamente no fascínio de uma resposta ao mesmo tempo que apagam o quadro de referências que dá sentido à pergunta. Por isso, e só por isso, o Artista Criador Soberano se ausentou. Mas grande parte do público também. </div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-72923140706474932552009-12-16T07:30:00.000-08:002009-12-16T07:32:37.842-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgncJkE4dp-Ea9BqYfWWwUc9CtxxsM8ARS21zopBhWnpAJnn72CS5guyg6kXpa-Z7qHyEP-rVZx7S_DhT8XrP6s_amIe0-nWIiZj4xlWIAnIy2RPni0fDwDV5aqAkrxORUokSNyjtMWT8c/s1600-h/alpha_soup.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 295px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5415857181040703538" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgncJkE4dp-Ea9BqYfWWwUc9CtxxsM8ARS21zopBhWnpAJnn72CS5guyg6kXpa-Z7qHyEP-rVZx7S_DhT8XrP6s_amIe0-nWIiZj4xlWIAnIy2RPni0fDwDV5aqAkrxORUokSNyjtMWT8c/s400/alpha_soup.jpg" /></a><br /><div align="justify"><em>De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol bçguana que vcoê cnocseguee anida ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa ltrea szoinha, mas a plravaa cmoo um tdoo.</em></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-91800109764846511342009-12-13T10:10:00.000-08:002009-12-14T12:53:14.904-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB79gEXItE6JqiGh8UasJBWRytaUcESO_WgiQrf-DO508WVrSgIVToe9OMxTUdpZ_h_-7t-7ghSplpjU5TWgV18WczqJ-ooc0enfov85pGcbjXczypTZ2DinCJhwg4cy1nkvsz_bea3bQ/s1600-h/a_snail__and_the_book__via_sine-qua-non.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414785161676810514" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 274px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB79gEXItE6JqiGh8UasJBWRytaUcESO_WgiQrf-DO508WVrSgIVToe9OMxTUdpZ_h_-7t-7ghSplpjU5TWgV18WczqJ-ooc0enfov85pGcbjXczypTZ2DinCJhwg4cy1nkvsz_bea3bQ/s400/a_snail__and_the_book__via_sine-qua-non.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div align="center"><strong>Um blog <em>sine qua non</em>!</strong><br /></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-16692640908297256722009-12-12T17:53:00.000-08:002009-12-14T13:04:02.964-08:00Entre a Cruz e a Poesia<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKrucYr8g0WWDAQ-EhAYHqCLOtYyhWea-7XjOxR6dzP41lK-G7S2_3NZKs1l4nPJYdpYnx8_gL4m5lJYyygs_7jOTUuLneU0iP0OyUQnTg7XJkGNccvVpJkk-j4ss5naD4EkHFaehKR3E/s1600-h/SJuandela+cruz.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414533480418461858" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKrucYr8g0WWDAQ-EhAYHqCLOtYyhWea-7XjOxR6dzP41lK-G7S2_3NZKs1l4nPJYdpYnx8_gL4m5lJYyygs_7jOTUuLneU0iP0OyUQnTg7XJkGNccvVpJkk-j4ss5naD4EkHFaehKR3E/s400/SJuandela+cruz.jpg" border="0" /></a>A <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">antífona</span> de entrada da liturgia que, hoje, celebra a memória do maior santo e poeta do <em><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">Siglo</span> de Oro</em> espanhol, é tirada da epístola de São Paulo aos Gálatas, e diz: "<em>A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: Nele está nossa vida e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">ressurreição</span>, foi Ele quem nos libertou (<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">Gl</span>. 6:14)</em>". Juan de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">Yepes</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">Álvarez</span>, também conhecido como <strong>San Juan de la Cruz</strong>, foi um dos grandes mestres e testemunhas da experiência mística, mas, antes disso, foi um homem apaixonado e apaixonante. Sua aparente <span class="blsp-spelling-corrected" id="SPELLING_ERROR_6">austeridade</span> não pode ocultar este fato, que se revela em todas as luzes no lirismo de seus poemas, na radicalidade de suas escolhas e na concentração de seu viver vocacionado. Filho de uma rica família de Toledo, ele contrariou os pais quando, aos 17 anos, casou-se com uma belíssima garota pobre, para quem escreveu seus primeiros poemas. Tendo sido deserdado, Juan manteve-se firme na decisão e tornou-se tecelão de seda para prover o sustento da linda esposa, que todavia morreria após um ano de intenso convívio conjugal. <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">Sobrevindo</span> a viuvez, ele foi estudar teologia em Salamanca, depois mudou-se para Ávila, onde se tornou monge. Foi lá que, em 1577, aos 25 anos, ele se encontrou pela primeira vez com a misteriosa Teresa d'Ávila, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">renomada</span> poetisa e monja, que o iniciou na contemplação mística de Deus, e fez dele o seu confidente e principal <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">interlocutor</span> espiritual. Juntos, Juan e Teresa produziram a melhor poesia sagrada da língua espanhola, e iniciaram o movimento de crítica e reforma da vida religiosa que lhes custaria difamações, perseguições e os maus tratos da Inquisição. O santo poeta definiu este episódio conturbado e cheio de incertezas de sua <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">trajetória</span>, como "<em>A Noite Escura do Espírito</em>" - título de seu poema mais conhecido. Profundamente marcado pelo sofrimento, ele decidiu assumir o cognome de Juan de la Cruz, e desde então, como um <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">Jó</span> redivivo, passou a compor os versos de quem prova a paixão de Deus e a paixão do homem. A noite escura do espírito, segundo Juan, é metáfora para o mistério da Fé e da Esperança que só podem se consumar na Caridade, que é a realidade última de Deus - e na presença plena de quem, esta mesma fé e esta mesma esperança tornam-se supérfluas, bastando a caridade. Em sua poesia, Juan de la Cruz compara a fé e a esperança a duas lâmpadas preciosas que nos conduzem pela escuridão da existência terrena, e nosso espírito a uma taça vazia, cuja boca se abre para que a Graça da caridade o habite. Como herdeiro lírico do "<em>Cântico dos Cânticos</em>", ele descreve as carências do espírito humano em termos de um erotismo sublime, e como continuador de São Paulo ele faz da Cruz de Cristo a metonímia definitiva da paixão verdadeira. <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12">Ouçamo</span>-lo:</div><br /><div align="justify"><em>Eu dormia, mas o meu coração velava<br />E ouvi o meu amado que batia:<br />Abre minha amada, minha irmã,<br />Pomba sem defeito!<br />Tenho a cabeça orvalhada,<br />Meus cabelos gotejam sereno!<br />Já despi a túnica,<br />E vou vesti-la de novo?</em></div><div align="justify"><br />Como se pode vê, é a lírica do "<em>Cântico dos Cânticos</em>" que assinala o modo como Juan de la Cruz compreende e expressa o cerne da nossa existência: o desejo! E sendo o desejo a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_13">contingência</span> universal da natureza humana, só a sua <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_14">objetivação</span> em Deus pode <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_15">plenificá</span>-lo e abri-lo inteiramente à <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_16">transcendência</span>, cujo emblema é a cruz. Cristo, diz o santo-poeta, não pregou a aniquilação do desejo ou da paixão, pois era "verdadeiro Deus" e "verdadeiro Homem". Não quis desumanizar-nos, embotando nosso coração ou nos fazendo fugir dos sentimentos como fazem os estóicos e niilistas. Antes, ensinou-nos a vivê-los <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_17">consciensiosamente</span>, em máxima caridade, a ponto de aniquilarmos a nós mesmos!... Quem quiser segui-Lo, que tope o desafio: tome sua cruz e siga-O. Juan tomou a sua cruz e fez dela a mais bela poesia sobre os mistérios de Deus na alma e da alma em Deus. Sua imensa obra poética foi lida ao longo destes últimos quatro séculos, em várias línguas e lugares. Muitos dos seus leitores, naturalmente, não o entenderam, porém, isso não o impediu de marcar, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_18">indelevelmente</span>, a moderna literatura ocidental com uma experiência espiritual que ecoou, e ainda ecoa, na noite escura da <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_19">atualíssima</span> insensibilidade estética, para não dizer espiritual. </div><div align="justify">Com efeito, o Deus dos filósofos iluministas e dos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_20">laicistas</span> radicais pode ter morrido no século XIX, mas o Deus de San Juan de la Cruz, e a linguagem e a visão de mundo gerada por sua "presença real" continuam formidavelmente vivos e operantes nos escritos de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_21">Cervantes</span>, Pascal, Thomas <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_22">Hardy</span>, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_23">Hölderlin</span>, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_24">Dostoiévski</span>, Proust, Joyce e Borges. Nós não teríamos os ritmos inquietantes da prosa de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_25">Mauriac</span> e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_26">Grahan</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_27">Green</span>, nem as aflitas indagações de Baudelaire, Thomas <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_28">Mann</span> ou <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_29">Faulkner</span>. Não teríamos o erotismo sagrado de John <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_30">Donne</span>, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_31">Hilda</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_32">Hilst</span> e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_33">Adélia</span> Prado. Nem o mundo de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_34">Schoenberg</span> e Guimarães Rosa, que é bíblico até o âmago. Não teríamos sequer a peça “<em>Fim de Jogo</em>” de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_35">Beckett</span>, que é uma meditação precisa sobre os instrumentos e as finalidades da Paixão. Se temos isso, e muito mais, é porque estes escritores optaram por continuar uma mística poética à qual, <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_36">confessadamente</span>, foram expostos por San Juan de la Cruz.</div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-12935883304876259172009-12-12T16:53:00.000-08:002009-12-14T12:51:22.171-08:00Cristo de San Juan de la Cruz, segundo Salvador Dali<div align="justify">Quando era adolescente, o gênio da pintura surrealista, Salvador Dali foi ao Mosteiro da Encarnação, em Ávila, visitar o túmulo de São João da Cruz, seu "poeta de devoção", como ele mesmo dizia. Na ocasião, ao conhecer a antiga cela do místico, Dali viu um pequeno desenho da crucificação de Jesus Cristo, feito de uma perspectiva totalmente inusitada, e que na sua opinião só poderia ser "<em>consecuencia de un estado de éxtasis!..."</em></div><br /><div align="justify"><em></em></div><br /><div align="justify"><em><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414526429177359202" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 222px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-FMHNfilU_9Rxrkk3gtKpVCPN4Lp9SlDDXABuC_Q847DRImcS5PMdPeAYgCTX2mESw8J-HQW7dT26ER6zI7UayW6hGpkRiXM5Im_ALQ8OlL6mJR5V9dlrDdjYVlioACE46cKUxR_dnfA/s400/Christ_of_Saint_John_of_the_Cross.jpg" border="0" /></em></div><br /><br /><p align="justify">Em 1951, já adulto e famoso, Dali fez sua própria versão da imagem, e pintou um Cristo de cabelos curtos, sem coroa de espinhos, sem sangrametos e, no lugar da famosa inscrição no topo da cruz, ele colocou uma folha de papel dobrada: um poema de São João da Cruz!... Abaixo, pintou a baía de Port Lligat, onde vivia. Ao expor a imagem, Dali declarou que sua <em>"ambición estética en ese cuadro era la contraria a la de todos los Cristos pintados por la mayoría de los pintores modernos, que lo interpretaron en el sentido expresionista y contorsionista, provocando la emoción por medio de la fealdad. <strong>Mi principal preocupación era pintar a un Cristo bello como el mismo Dios que él encarna</strong>."</em></p>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-52239204405851926782009-12-12T16:15:00.000-08:002009-12-14T12:49:34.614-08:00A noite escura da alma<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3DfpoRxign_5wi5z_7nufoMZMRxozQBNRVCNh0MOHQOLBDtRD5poCmfTuOyx2yOdwEdTeEjl4XxSiUI4zVuZ_BAoACLzz6COTYxjhdGcfP_dhOUvgl6sVVT0xtejn4DoI9SLL2OHeKn4/s1600-h/noite.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414508226558133314" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 286px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3DfpoRxign_5wi5z_7nufoMZMRxozQBNRVCNh0MOHQOLBDtRD5poCmfTuOyx2yOdwEdTeEjl4XxSiUI4zVuZ_BAoACLzz6COTYxjhdGcfP_dhOUvgl6sVVT0xtejn4DoI9SLL2OHeKn4/s400/noite.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><div>Que bem sei eu a fonte que mana e corre,<br />mesmo sendo noite!<br /><br />Aquela eterna fonte está escondida,<br />que bem sei eu aonde tem guarida,<br />mesmo de noite!<br /><br />E pela noite escura desta vida,<br />que bem sei eu por fé a fonte frida,<br />mesmo de noite!<br /><br />Sua origem não sei, pois não a tem;<br />mas sei que toda origem dela vem,<br />mesmo de noite.<br /><br />Sei que não pode haver coisa tão bela,<br />e sei que céus e terra bebem dela,<br />mesmo de noite.<br /><br />Bem sei que solo nela não se vê<br />e ninguém pode atravessá-la a pé,<br />mesmo de noite.<br /><br />Tem claridade nunca escurecida,<br />e sei que toda luz é dela havida,<br />mesmo de noite.<br /><br />Sei serem tais caudais suas correntes<br />que céus e infernos regam, como às gentes,<br />mesmo de noite.<br /><br />A caudal que provém desta nascente<br />bem sei ser mui capaz e onipotente,<br />mesmo de noite.<br /><br />A corrente que de uma e outra procede<br />sei que nenhuma delas a precede,<br />mesmo de noite.<br /><br />Bem sei que três numa única água viva<br />residem, e que de uma a outra deriva,<br />mesmo de noite.<br /><br />Aquesta eterna fonte está escondida<br />em nosso vivo pão, por dar-nos vida,<br />mesmo de noite.<br /><br />Aqui estão chamando as criaturas,<br />e fartam-se desta água, ainda às escuras,<br />porque é de noite.<br /><br />Aquesta esta viva fonte, que desejo,<br />eu neste pão de vida bem a vejo,<br />mesmo de noite. </div><br /><br /><div align="right"></div><br /><br /><div align="right"><strong>San Juan de la Cruz</strong></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-74663016907242593362009-12-12T16:08:00.000-08:002009-12-12T16:12:36.794-08:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp0RfgX8HS1_6gO7THZyBztZlietG_ByAVlv6Ea2WLxAmbfpzZkm4U4zVYfqnbWkmKwIc3r9DR9n6SHzWWKYktiBVcKmt6BEypy0pZ4vHb96lT_4PatwlhWPmFkdOaCfUM31FC4K3Sp_4/s1600-h/twitter_bird.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414506839610281362" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 249px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp0RfgX8HS1_6gO7THZyBztZlietG_ByAVlv6Ea2WLxAmbfpzZkm4U4zVYfqnbWkmKwIc3r9DR9n6SHzWWKYktiBVcKmt6BEypy0pZ4vHb96lT_4PatwlhWPmFkdOaCfUM31FC4K3Sp_4/s400/twitter_bird.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><strong>A arte de detonar vírgulas.</strong></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-82734175349962429572009-11-27T06:29:00.001-08:002009-12-05T18:22:56.423-08:00La Lispector<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgad7RQb-_JZIAjfMjRrWuCB2A6OoejEHRg846V7eb4HH5jNWH56hkbcYfh05D9fnEqNrRYXYDlM3EfTKAD0V7PkdFqf9RFouXFeqQuhEmCkO5fXeAfnuoKpy-1PWLsP_r5SXv98mrFC8w/s1600/clarice-lispector7.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408790664722657906" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 192px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgad7RQb-_JZIAjfMjRrWuCB2A6OoejEHRg846V7eb4HH5jNWH56hkbcYfh05D9fnEqNrRYXYDlM3EfTKAD0V7PkdFqf9RFouXFeqQuhEmCkO5fXeAfnuoKpy-1PWLsP_r5SXv98mrFC8w/s400/clarice-lispector7.jpg" border="0" /></a> Dizem que um <em>shtetl</em> ucraniano era algo pior do que um gueto, pois se nos guetos havia saneamento, nos <em>shtetl</em> - desculpem a expressão - as pessoas cagavam na rua. E foi num destes shtetl que <strong>Clarice Lispector</strong> nasceu no ano de 1920, tendo porém a sorte de sobreviver e escapar da medonha realidade dos progroms soviéticos, onde - segundo os dados da Cruz Vermelha - as pessoas se alimentavam dos “defuntos excedentes”. Este prelúdio é bastante contrastante com a imagem que temos da escritora chiquérrima e introvertida que, não obstante, foi o nome feminino mais brilhante e influente da literatura brasileira do século XX. Os traços biográficos mais remotos que entrevemos na obra de Clarice nos conduzem a uma infância de felicidade clandestina nas ruas do bairro judeu de Recife: onde ela se vestia de papel crepom para brincar nos blocos de carnaval, apaixonava-se pelos cachorros vadios, escrevia estórias para o caderno infantil do Diário de Pernambuco (quase sempre rejeitadas), e deixava-se hipnotizar pelo violino de um velhinho expatriado e melancólico como ela. Tudo isso tem o nostálgico sabor dos contos de Isaac Bashevis Singer, todavia a vida de Clarice Lispector, bem como sua narrativa, são quase kafkianas. Quando tinha apenas 17 anos de idade, mas já uma moça linda, profunda, estranha e perigosa, Clarice escreveu seu primeiro romance, “<em>Perto do coração selvagem</em>”, que sacudiu todo o mainstream literário nacional dos anos 40. Desde então a grife Lispector começou a se expandir, compondo uma lenda em que se confundiam Marlene Dietrich e Virginia Woolf, ou segundo a definição do crítico americano Benjamin Moser: “<em>um Kafka com propensões a tailleurs Chanel!</em>...” Que fosse estilosa não resta dúvida, mesmo as fotos da velhice (precipitada pelo câncer) revelam isso. Mas, a bem da verdade, o charme emanava mesmo era da escrita. Embora não seja unanimidade, Clarice Lispector em algum momento acaba nos deslumbrando, quer seja pelo inusitado dos enredos, dos personagens ou mesmo só da narrativa... e que narrativa. Quando publicou seu segundo romance logo notaram que se tratava de um caso único e inimitável: um texto intrigante, com algo de sonho, de fantástico e, não raro, de absurdo, de alucinação, de pesadelo. E o elemento fundante deste texto era um inesgotável veio poético. Ávida de sensações e impressões, o empenho constante de Clarice era captar as mais extremas experiências pessoais e depois expressá-las numa linguagem também estritamente pessoal, de súbitos milagres verbais. Tal processo invariavelmente resultava numa policromia difusa que lembrava o pontilhismo da pintura de Van Gogh - com sua perspectiva imprecisa, as cores fortes e contrastantes de uma realidade desconcertante. O perigo imediato de tudo isso, bem sabemos, é a gratuidade artística. Com efeito, Clarice só alcança a plenitude em narrativas curtas: contos, crônicas, cartas e pequenas novelas. Na amplidão dos romances a estrutura pouco definida de suas narrativas tende a evanescer. Há na autora uma irresistível tendência para a fuga ao enredo. A fluidez, a nebulosidade, a dispersão conspiram contra a elaboração discursiva longa - exceto as de Proust. Clarice não analisa, não narra, apenas poetiza. Fascina-a o “<em>como</em>”, e não o “<em>por que</em>”, nem o “<em>para que</em>”. Em consequência, seus romances são confusos, ora tediosos ora difíceis de acompanhar. Lemos suas páginas não como partes de um mesmo corpo estético, mas como poemas desgarrados. Esplêndidos flagrantes poéticos, por certo, porém intermitentes, desconexos, soltos. Contudo, não sejamos implicantes, a ousadia tem seu preço e ninguém jamais ousou escrever como ela. Nas mãos de Clarice os substantivos são adjetivados, enquanto os verbos e advérbios são substantivados. E os adjetivos foram tão inusitadamente manejados que - na língua portuguesa - não se via um fenômeno semelhante desde Eça de Queirós. Um fenômeno, aliás, que resiste incólume às traduções, pois não é a toa que sua vasta legião de admiradores, cada vez mais se crescente mundo a fora, manifesta um olhar de fascinação quase demente quando comentam seu estilo. Orhan Pamuk, por exemplo, confessou recentemente que sofre de uma séria dependência estética lispectoriana (e isso em turco!); já o badalado Colm Tóibín, um sequaz obstinado, nunca perde a oportunidade de mencioná-la, seja em artigos, em entrevistas, ou mesmo no twitter. Até a best-seller furreca Meg Cabot declarou ter em Clarice um paradigma, uma meta (ainda a ser alcançada, claro!), e seu livro preferido é a coletânea de contos “<em>Laços de Família</em>”. Ah! Guillermo Arriaga, o mais notório romancista mexicano, disse que não é possível ler Clarice Lispector, sem cair de amor por ela. E, <em>last but not least</em>, o literato americano Benjamin Moser, já citado, crítico e expert em literatura judaica do século XX, tem se dedicado a descobrir que segredos tem Clarice, e, por tabela, entronizá-la no moderno cânon judaico. Que assim seja. Ela merece, porque, em literatura, a linha delicada entre destreza e genialidade não é outra senão a linha que demarca o recurso a uma linguagem comum e a produção de uma linguagem própria, que, a princípio estranha e idiossincrática, acaba por tornar palpável a marca invisível das nossas experiências. E foi isso que Clarice fez. Mesmo nos textos mais difíceis, podemos e devemos apreciar a sua arte com o fascínio intrigado de quem contempla a insondável palpitação dos céus noturnos... à hora das estrelas. </div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-74346961495554460112009-11-27T05:10:00.001-08:002009-12-05T18:27:31.183-08:00STRIKE A POSE<div align="justify">Uma vez Clarice Lispector disse que detestava ser fotografada, mas não é o que parece... Entes livros, jóias, taillers, e muitas caras e bocas, ela foi provavelmente a escritora mais fotografada (e fotogênica) do Brasil. Quase uma top-model da literatura:</div><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQYOr1RMwVxORCfZybLsxUS_qOZHWrOs4AwIeYHfYZzqgdLc60e16g2KM-r8n9t2ivs_sUKLVT67ij1xNMddp3iHRakafQcYTH_hBqEofqo6SNlt9WjspQhRd0l_mrXB9ogmhrgOGUeZI/s1600/clarice_lispector4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408772603551493186" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 392px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQYOr1RMwVxORCfZybLsxUS_qOZHWrOs4AwIeYHfYZzqgdLc60e16g2KM-r8n9t2ivs_sUKLVT67ij1xNMddp3iHRakafQcYTH_hBqEofqo6SNlt9WjspQhRd0l_mrXB9ogmhrgOGUeZI/s400/clarice_lispector4.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilobKLgvGGdk2pQ3vVKRhHn6Rs13nAp5uMQfUd_hlq2YvlIYnLHJWu88Hm-72py1MTAwP8qWFtXOxbbSaUeGECD-tzm3jSVhwlMANbibqZMt8jY4TicFtU0IeO6echDob3yBgrtWIdZW8/s1600/clarice_lispector10.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408772603580405650" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 292px; CURSOR: hand; HEIGHT: 280px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilobKLgvGGdk2pQ3vVKRhHn6Rs13nAp5uMQfUd_hlq2YvlIYnLHJWu88Hm-72py1MTAwP8qWFtXOxbbSaUeGECD-tzm3jSVhwlMANbibqZMt8jY4TicFtU0IeO6echDob3yBgrtWIdZW8/s400/clarice_lispector10.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXMbG1kKoL348fnfyiTCb_SKpgkxQlLQcHv4i3bNJtWvqeb_8TLqHydY0lZKQ2MmYwCrb7fCCQEsl7wmLZZUlY8VffG98d2ZycQydNQa111XsWiKebaGrIsLzUtiHnyXZA2yFFaSczyTU/s1600/clarice_lispector3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408772598671251410" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 330px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXMbG1kKoL348fnfyiTCb_SKpgkxQlLQcHv4i3bNJtWvqeb_8TLqHydY0lZKQ2MmYwCrb7fCCQEsl7wmLZZUlY8VffG98d2ZycQydNQa111XsWiKebaGrIsLzUtiHnyXZA2yFFaSczyTU/s400/clarice_lispector3.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCa38wblw1gAxNQtKBItOZ4Gx_eCOpgp61ZnpAIH2ZXuSNMg4wvQWXn77rRKUH8KklvUVbidDS1u1OuvkSzxyuObQQIbKPL7IDmRxmtpt2pb8Tw01ltFi9FnXk0Hlu0di1JZBVzulPaMc/s1600/clarice_lispector6.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408772596225287778" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 330px; CURSOR: hand; HEIGHT: 355px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCa38wblw1gAxNQtKBItOZ4Gx_eCOpgp61ZnpAIH2ZXuSNMg4wvQWXn77rRKUH8KklvUVbidDS1u1OuvkSzxyuObQQIbKPL7IDmRxmtpt2pb8Tw01ltFi9FnXk0Hlu0di1JZBVzulPaMc/s400/clarice_lispector6.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8bLpdcNtemD_qtm9VarqZFNxtpRhJbX5Ikwp_N0qJafroERup8dK3SGsrAVhOTI6N_adyz1uGFj24DEFinbmsIqDLfNMYSccbljGUES-SbnWJwUhXnqUflEsHoezWRAaAB6wxVRsZgaQ/s1600/clarice_lispector13.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408772588698912658" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 353px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8bLpdcNtemD_qtm9VarqZFNxtpRhJbX5Ikwp_N0qJafroERup8dK3SGsrAVhOTI6N_adyz1uGFj24DEFinbmsIqDLfNMYSccbljGUES-SbnWJwUhXnqUflEsHoezWRAaAB6wxVRsZgaQ/s400/clarice_lispector13.jpg" border="0" /></a> </div></div></div></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-57670290139431178322009-11-27T04:48:00.001-08:002009-12-05T18:32:45.719-08:00Para saber mais...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFxrQXQFVbr5RXn4GT_Z5nBOlm18sXad6y_FCguJJw9smBtvmQeAPQ_fAuN3_fWN5hJKvfqnzz4kmR1MVkprHjCc_hccLPdlE4m48fGXrY_-hWejK92XIc7A28OMkxI3TnLzppPpU0P2I/s1600/2964468.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408766482988545794" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 280px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFxrQXQFVbr5RXn4GT_Z5nBOlm18sXad6y_FCguJJw9smBtvmQeAPQ_fAuN3_fWN5hJKvfqnzz4kmR1MVkprHjCc_hccLPdlE4m48fGXrY_-hWejK92XIc7A28OMkxI3TnLzppPpU0P2I/s400/2964468.jpg" border="0" /></a><br /><div><div align="justify">O escritor e crítico norte-americano Benjamim <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">Moser</span>, conta toda a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">trajetória</span> de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">Clarice</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">Lispector</span>, desde a origem miserável e violenta na Ucrânia - onde ele passou um ano escavando vestígios - até o póstumo reconhecimento <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">internacional</span>. <!-- FIM SINOPSE --><!-- POSTS DO BLOG DA CULTURA --><!-- FIM POSTS DO BLOG DA CULTURA --></div></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-92089698855252284422009-11-20T05:55:00.000-08:002009-12-05T18:35:47.847-08:00Entre densas nuvéns de incertza, o relampejar da esperança...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd3lI98Hkh2FywCB2QPsH-ANWaev1316uDCrAYHGHhtHkzHrx9i5yd3guwe6fRiD-Vn_UICun5i4b3D6AcbEL1TjtQLe-nV8AXTsWfD3vhwsC-qaMOqYfJHFzDsINmA-dtxCXc-BhGGsk/s1600/clarice-lispector.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5406186099558696242" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 385px; CURSOR: hand; HEIGHT: 175px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd3lI98Hkh2FywCB2QPsH-ANWaev1316uDCrAYHGHhtHkzHrx9i5yd3guwe6fRiD-Vn_UICun5i4b3D6AcbEL1TjtQLe-nV8AXTsWfD3vhwsC-qaMOqYfJHFzDsINmA-dtxCXc-BhGGsk/s400/clarice-lispector.jpg" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="justify"><span style="font-family:Times New Roman;">"<em>Alivia a minha alma, faze com que eu sinta que Tua mão está dada à minha, faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade. Faze com que eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte. Faze com que eu sinta uma alegria modesta e diária. Faze com que eu não Te indague demais, porque a resposta seria tão misteriosa quanto a pergunta. Faze com que me lembre de que também não há explicação porque um filho quer o beijo de sua mãe, e no entanto ele quer, e no entanto o beijo é perfeito. Faze com que eu receba o mundo sem receio, pois para mim esse mundo é incompreensível, e eu fui criada também incompreensível, então é que há uma conexão entre esse mistério do mundo e o nosso, mas essa conexão não é clara para nós enquanto quisermos entendê-la. Abençoa-me para eu viva com alegria o pão que eu como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade por mim mesma, pois senão não poderei sentir que Deus me amou. Faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora de minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha, amém</em>."</span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="right"><span style="font-family:Times New Roman;"><strong>Prece</strong>, </span></p><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt" align="right"><span style="font-family:Times New Roman;">Clarice Lispector.</span></p>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-84228953326456437252009-11-20T05:44:00.000-08:002009-12-05T18:39:57.827-08:00Beth Goulart vive Clarice Lispector<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQumsCr11Ma2JqNVN8llHwUSgt-T39RyfQP6PU0zet6JH_POsRpGHvz8RAPut553EzHbbW6P0YlbIi603Ojp_3ItkWsNen2WVkBqlR6KU-x6NdvMve03oHN9I2amvSOaKl8bzfN8jNNd0/s1600/Clarice+Goulart.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5406181526126850450" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 256px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQumsCr11Ma2JqNVN8llHwUSgt-T39RyfQP6PU0zet6JH_POsRpGHvz8RAPut553EzHbbW6P0YlbIi603Ojp_3ItkWsNen2WVkBqlR6KU-x6NdvMve03oHN9I2amvSOaKl8bzfN8jNNd0/s400/Clarice+Goulart.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Eu não vi, nem sei se verei (moro na beirada do mundo!), mas a crítica eXpecializada disse que "<em>Simplesmente eu, Clarice Lispector</em>", estrelado, produzido e dirigido por Beth Goulart, é, certamente, um dos melhores espetáculos teatrais do ano. Adoraria conferir.</div><br /><div align="justify">No momento: lá pelas bandas dos pampas gaúchos.</div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-78028594165341262102009-11-16T03:28:00.000-08:002009-11-16T03:45:19.284-08:00Eu acho que vi leitores!... Vi sim!!!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWwQGwda5PBaaXr3HISBu8naRwlIUVf238tHZbAW9g5-3uP_9Dj1Ec366Ocosp1hcW5zhdBGnwFl-fZJKravgqRafX7aVjkQN2_duuHJ3LnzvZTqGOJYYuvTmuSXWdyKEMucDmJ3mM8Vc/s1600/piu-piu.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 251px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5404664772453688178" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWwQGwda5PBaaXr3HISBu8naRwlIUVf238tHZbAW9g5-3uP_9Dj1Ec366Ocosp1hcW5zhdBGnwFl-fZJKravgqRafX7aVjkQN2_duuHJ3LnzvZTqGOJYYuvTmuSXWdyKEMucDmJ3mM8Vc/s400/piu-piu.jpg" /></a><br /><div align="justify">Oi, tudo bem com vocês?<br />Pois é sumi por um tempo, eu sei, mas vocês acreditam se eu disser que foi por pura necessidade? O mundo me atropelou nos últimos meses, mas um atropelo daqueles a La Macabea no fim de "A Hora da Estrela", de Clarice Lipsector, sacumé? A vida me manteve ocupado por demais, demais até pra vir aqui.<br />No final do processo eu pensei em desistir dessa biblioteca: livros demais para meus pobres ossos!... Pensei mesmo. Que sentido manter um blog que você não consegue atualizar? Aliás, o que é um blog senão um monte de atualizações? No meu caso, isso aqui tem uma atualização cada dia, ou melhor, cada bimestre mais precária.<br />Daí eu cogitei parar. Foi então que lembrei que isso aqui tem já 2 anos, que isso aqui já trouxe pra minha vida um bocado de gente boa, legal, inteligente, que esse blog me ensinou um monte de coisas, que falei de um monte de escritores que merecem uma releitura, uma redescoberta, e são tantos. Como desistir dele?<br /></div><div align="justify">Não deu :)<br /><br />Continuo por aqui. Muito menos frequente do que gostaria e do que já fui um dia, but... faz tempo que descobri que não se pode ter tudo. Rá! :P </div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-43301339858127663432009-11-10T06:47:00.000-08:002009-11-10T06:50:14.674-08:00Leitura aeróbica<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaobuSQ3TO_ZukGBnD8D7PuZ4g-2Fvtz5sh3nK3sAn219wm57crDDrxyXI_ld-KDsho88edDoXpg-H4K8uATiQvPPHGktRyDuXXEV-FlQ0Pm1SA88yLDAuTk-SM5N7wGGVuFcmBktSGqw/s1600-h/pilha-de-livros.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 266px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5402487172228815154" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaobuSQ3TO_ZukGBnD8D7PuZ4g-2Fvtz5sh3nK3sAn219wm57crDDrxyXI_ld-KDsho88edDoXpg-H4K8uATiQvPPHGktRyDuXXEV-FlQ0Pm1SA88yLDAuTk-SM5N7wGGVuFcmBktSGqw/s400/pilha-de-livros.jpg" /></a><br /><div align="justify">Ouve a última: Em uma hora de leitura, o corpo queima 70 calorias. Se você estiver lendo sobre qualidade de vida, queima o dobro. Qual a lógica disso? Alguém pode me explicar onde entra a ciência nessa história? Por via das dúvidas, biblioteca aqui vou eu.</div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-57425255972913147012009-10-11T18:23:00.000-07:002009-10-11T18:39:42.947-07:00pAlaVraS caNtaDas<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdtcz7IHfRVqgjdi2yghWAo9Wspt6TAwekHJ5vrC8gRtzk58YNW37f61FiYTMoBEgCMl3GrDljrFp7Sgr6_3G0DcHOmm5N6r-RvETQB8109bAzaOWKj0A5tsJHUIkSIAMCzjIeOVV9kgU/s1600-h/ciranda.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5391519640869086050" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdtcz7IHfRVqgjdi2yghWAo9Wspt6TAwekHJ5vrC8gRtzk58YNW37f61FiYTMoBEgCMl3GrDljrFp7Sgr6_3G0DcHOmm5N6r-RvETQB8109bAzaOWKj0A5tsJHUIkSIAMCzjIeOVV9kgU/s400/ciranda.jpg" border="0" /></a><br /><div>Saiba,</div><div>Todo mundo foi neném</div><div>Einstein, Freud e Platão também</div><div>Hitler, Bush e Sadam Hussein</div><div>Quem tem grana e quem não tem<br />Saiba:</div><div>Todo mundo teve infância</div><div>Maomé já foi criança</div><div>Arquimedes, Buda, Galileu</div><div>e também você e eu<br /></div><div></div><div></div><div>Saiba,</div><div>Todo mundo teve medo</div><div>Mesmo que seja segredo</div><div>Nietzsche e Simone de Beauvoir</div><div>Fernandinho Beira-Mar<br /></div><div></div><div></div><div>Saiba,</div><div>Todo mundo vai morrer</div><div>Presidente, general ou rei</div><div>Anglo-saxão ou muçulmano</div><div>Todo e qualquer ser humano<br /></div><div></div><div></div><div>Saiba,</div><div>Todo mundo teve pai</div><div>Quem já foi e quem ainda vai</div><div>Lao Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé</div><div>Ghandi, Mike Tyson, Salomé<br /></div><div></div><div></div><div>Saiba,</div><div>Todo mundo teve mãe</div><div>Índios, africanos e alemães</div><div>Nero, Che Guevara, Pinochet</div><div>e também eu e você.</div><div> </div><div align="right"><strong></strong> </div><div align="right"><strong>fEliZ dIa DaS cRiAnÇas</strong></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-64241303520868704432009-10-02T06:46:00.001-07:002009-10-02T06:49:33.148-07:00Só um instantinho, já volto!...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEN5dHr6svclzNZEW5tXbvcJtHvPFm4ofJm2LIpZEpdnEN6BVyfC3zAYqhy7w3BiqbH0-mJLj_XmUmyGeJWupm0fgPUMvuugG3Q4XNBKKde9tQSHFmY-pUEwcc7Ga4oYYT3D-QdnzYysY/s1600-h/atvvg.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 298px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387999391251119442" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEN5dHr6svclzNZEW5tXbvcJtHvPFm4ofJm2LIpZEpdnEN6BVyfC3zAYqhy7w3BiqbH0-mJLj_XmUmyGeJWupm0fgPUMvuugG3Q4XNBKKde9tQSHFmY-pUEwcc7Ga4oYYT3D-QdnzYysY/s400/atvvg.jpg" /></a><br /><div></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-2446390398454337812009-10-02T06:34:00.000-07:002009-10-02T06:46:00.973-07:00Solilóquios...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjRr6ZAEJ2dBZ8A1kuFz334B33PuI86PEIkfi4mPiM09KUyNvto8HFh6_vs45y-O79uO9nrMkj0zrbcTtXM6jup9kDRTRWJ1VO_NLTKXFC5laCABDWYirNYfWTUsqAXS5glJWLPHCnpxs/s1600-h/escrever1.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 301px; DISPLAY: block; HEIGHT: 384px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387998286877398642" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjRr6ZAEJ2dBZ8A1kuFz334B33PuI86PEIkfi4mPiM09KUyNvto8HFh6_vs45y-O79uO9nrMkj0zrbcTtXM6jup9kDRTRWJ1VO_NLTKXFC5laCABDWYirNYfWTUsqAXS5glJWLPHCnpxs/s400/escrever1.jpg" /></a><br /><div align="justify">Uma vez a Adélia Prado disse que as coisas que aconteciam com ela só se tornavam reais depois que ela passava para o papel!... Comigo (às vezes) também é assim.</div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-50454467455972924212009-07-29T15:28:00.000-07:002009-07-29T18:46:36.009-07:00Épico Brasilensis<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM3XDYLY9LOuPMVAVgbz9BN8fwcTQ_nafwLcSg5L1RsSM2LOM2GarGbWOBAl3lExAuT_jxHvLKLxrhR9i_oBSGjajSYpwyN45Gg92zFaZBWDaFOee-9gwE89sVjN1117Fqdhy96Jx7nbY/s1600-h/euclides_portinari.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5364042965760294306" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 310px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM3XDYLY9LOuPMVAVgbz9BN8fwcTQ_nafwLcSg5L1RsSM2LOM2GarGbWOBAl3lExAuT_jxHvLKLxrhR9i_oBSGjajSYpwyN45Gg92zFaZBWDaFOee-9gwE89sVjN1117Fqdhy96Jx7nbY/s400/euclides_portinari.jpg" border="0" /></a><span style="font-size:78%;"><strong>Retrato de Euclides da Cunha - Cândido Portinari.</strong></span></div><div align="center"><strong><span style="font-size:78%;"></span></strong> </div><p align="justify">É impossível não admirar Euclides da Cunha. Seja pela sensação de fascínio, seja pelo assombro ou pela impressão de absurdidade, a admiração sempre sobrevém. É um pensador profundo, um artista de primeira ordem, um intelectual honesto, mas, sobretudo, um profeta. Grandes escritores são inopinadamente profetas, porque, a despeito do tempo e do lugar, realizam sua obra em dissonância com as perspectivas e expectativas vigentes, mas em consonância com o atemporal. Foi o que Euclides da Cunha fez em “<strong><em>Os Sertões</em></strong>”. Com um mérito muito maior do que qualquer outra saga depois de “Os Lusíadas”, a narrativa de “Os Sertões” incorpora o ressurgimento do épico na língua portuguesa, e de uma forma insólita. Trata-se de um poema geopolítico, histórico, jornalístico, sociológico, enciclopédico – enfim, é inapreensível a vastidão dos seus aspectos. E este caráter de magnitude é essencial sob duas proposições: primeiro, como sugestão, óbvia, do estilo épico e, depois, como meio de comunicar um sentido de História. Com alguma reflexão torna-se evidente que a imensidão é a liberdade mínima para o gênio poético de Euclides, bem como uma característica tanto de sua vida pessoal quanto de sua concepção de arte. Em toda sua trajetória, seja no brilhantismo precoce, seja nas aventuras escolares e militares, seja na militância jornalística ou acadêmica, seja no casamento desastroso ou na obra literária – breve, mas descomunal – a impetuosidade apaixonada é notória. Guimarães Rosa, ele mesmo um escritor de potência demoníaca, admitiu em crítica: “<em>Jamais ousaria medir forças com Euclides da Cunha. Ele é como um vento tempestuoso, que fustiga quem o encara!...”</em> Só um poeta seria capaz de mensurar o poder de outro. A obra euclidiana, de fato, tem elementos suficientes para resistir a modas e gostos de qualquer tempo. Embora todos os seus trabalhos sejam de alto nível, “Os Sertões” é sua máxima realização. “<em>O maior livro do Brasil</em>”, declarou o crítico Samuel Putman, enquanto o poeta Robert Lowell, numa nota introdutória à tradução americana, fez questão de situá-lo entre “<em>Guerra e Paz</em>” de Tolstoi e “<em>Moby Dick</em>” de Melville. Particularmente, considero essa designação justíssima, porque assim como os respectivos gênios literários da Rússia e da América, Euclides da Cunha introduziu a literatura brasileira no átrio seleto e elevado dos titãs. Reparem que a grandiosidade do épico está em descrever, analisar, explorar e acumular os dados da atualidade e da introspecção. De todas as representações da experiência às quais a literatura almeja, de todas as reformulações da realidade propostas pela linguagem, as do épico (mais do que o romance) são as mais eloquentes e incisivas. As obras de Virgílio, Dante, Camões, Milton, Sthendal ou Thomas Mann documentam, em amplitude, a nossa percepção de mundo e do tempo. São como primas-irmãs da História. Neste sentido, “Os Sertões” é paradigmático. Seu texto divide-se em três partes: “<em>A Terra</em>”, “<em>O Homem</em>” e “<em>A Luta</em>”. Nas duas primeiras o autor faz um estudo geofísico e etnológico tão minucioso quanto permitiria a ciência da época, e tão poético quanto permitiria sua força estética. Tem falhas, naturalmente: ele tenta ver a realidade pelas lentes do positivismo e do idealismo alemão, mas a como a verdade se impõe a quaisquer “ismos”, Euclides muda radicalmente de tom e perspectiva. E no decorrer do texto todas as convicções científicas, filosóficas, republicanas vão desmoronando. Limpo dos preconceitos, ele procura demonstrar que a jagunçagem rebelde e fanática não é um conluio criminoso, mas o efeito-colateral de uma sociedade isolada que surge à revelia da ordem, no descaso do Estado, esquecida da civilização. Aí se destaca o timbre da honestidade intelectual, porque além da coragem de mudar de opinião em pleno texto, ele primou pela observação direta em confronto com testemunhos levianos. Basta mencionar, como exemplo, o cuidado que ele teve em desmentir um boato difundido na imprensa por Olavo Bilac, segundo o qual “<em>o patife do Antônio Conselheiro havia sido o assassino da própria mãe e da esposa</em>”. No capítulo IV, da segunda parte, Euclides revela que a mãe de Antônio Conselheiro havia morrido quando ele ainda era criança e que a esposa havia fugido com um policial para Salvador. Naquele tempo já existia imprensa marrom!... O tom épico se estende da primeira à última página, mas atinge o ápice na terceira parte, que descreve “<em>A Luta</em>”. Nela vemos uma mescla de Homero e Heródoto, ou seja, o cotejo da realidade com o mito. Não a toa, “Os Sertões” teve mais de cem edições em português, dezoito em espanhol, doze em inglês, nove em francês e cinco em alemão. Entre seus fãs confessos e ilustres estão Stefan Zweig, Hermann Hesse, Gabriel Garcia Márquez, José Saramago e os, continuadores, Mario Vargas Llosa e Sándor Márai. Este último descreveu magistralmente a dura realidade sertaneja (<em>Veredicto em Canudos</em>) sem nunca ter pisado no Brasil, enquanto o primeiro engordou a narrativa (<em>A Guerra do Fim do Mundo</em>) dando uma pitada de realismo mágico. Ah! Não se pode esquecer que Jorge Luis Borges, no conto “<em>Três Versões de Judas</em>” também fez referência à pessoa de Antônio Conselheiro. Nestas circunstâncias constatamos que, quando o público brasileiro não mais quiser, ou não souber apreciar o épico da “Tróia de taipa”, a memória de Euclides da Cunha já estará devidamente honrada.<strong> </strong></p>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-28530651342108612422009-07-29T14:11:00.000-07:002009-07-29T18:42:33.059-07:00Multimídia d'Os Sertões<div align="justify">A magnitude do evento histórico de Canudos foi de tal maneira capturado no texto de "<strong><em>Os Sertões</em></strong>", que muito de sua semântica impactante pode ser vislumbrada nos mais variados desdobramentos que suscitou. Com efeito, tem-se "Os Sertões" em fotografia: </div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6S2OuPMpKsaNa4ow29u5hBRSu6ox_biJ_rS5TFY4GJz0KLsGBehav7XsA33b4uOdFnyAwOmVz2XVfCAinsWT2aTAsX9PCZ9kp5K90zD9hpC3qiZ-qn_njvva7yjhaWLxewzfHH6WSqMM/s1600-h/Sert%C3%B5esFoto.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5363995307858655138" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 299px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6S2OuPMpKsaNa4ow29u5hBRSu6ox_biJ_rS5TFY4GJz0KLsGBehav7XsA33b4uOdFnyAwOmVz2XVfCAinsWT2aTAsX9PCZ9kp5K90zD9hpC3qiZ-qn_njvva7yjhaWLxewzfHH6WSqMM/s400/Sert%C3%B5esFoto.bmp" border="0" /></a><br />"Os Sertões" em xilogravura":<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBW3YdSSmMsDujezzNEEylXu0JHez9cWvtZLEHCnUW5tJ6ffhWTpQhq3xbvGWkY4GD57gCqUwl_Cg7k-96iYgxqowLjAd8U8Jh2VFSpFcNd2MIc3sQhyphenhyphenb56mFlom5ugYAQg4PN38Ck19g/s1600-h/Sert%C3%B5esXilogravura.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5363995304383746706" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 309px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBW3YdSSmMsDujezzNEEylXu0JHez9cWvtZLEHCnUW5tJ6ffhWTpQhq3xbvGWkY4GD57gCqUwl_Cg7k-96iYgxqowLjAd8U8Jh2VFSpFcNd2MIc3sQhyphenhyphenb56mFlom5ugYAQg4PN38Ck19g/s400/Sert%C3%B5esXilogravura.jpg" border="0" /></a><br /><br />"Os Sertões" no cinema:<br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgXrKW3BZYjOkw-RDjMdvTAWCx-HxXuNDJPicDtYoy2GtRqeImcAR8loy8Yq48ljaQh8no2p27UjQAhHmZl3f_eFLnyKa3hRubeL55F3cI9RYf7825RFDwsivj4dqCtYatTAIR-pS67RU/s1600-h/OsSert%C3%B5esFilme.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5363995302454601186" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 286px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgXrKW3BZYjOkw-RDjMdvTAWCx-HxXuNDJPicDtYoy2GtRqeImcAR8loy8Yq48ljaQh8no2p27UjQAhHmZl3f_eFLnyKa3hRubeL55F3cI9RYf7825RFDwsivj4dqCtYatTAIR-pS67RU/s400/OsSert%C3%B5esFilme.jpg" border="0" /></a></div><br /><div>"Os sertões" em quadrinhos:<br /></div><div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFDkZL0LiSUIunPw60-PeQWNvP4e7gu_FS8Ht-THR2t980tk2hfuJhS7Rc6kVOz3eG4lv8nbw1vDZxPrBs0AerawNNA3vesqiiY1I0rkH8rJFy3DIRgeFhlHGL7fswQ7UBo5oofD06pvM/s1600-h/Sert%C3%B5esQuadrinhos.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5363995302055679410" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 169px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFDkZL0LiSUIunPw60-PeQWNvP4e7gu_FS8Ht-THR2t980tk2hfuJhS7Rc6kVOz3eG4lv8nbw1vDZxPrBs0AerawNNA3vesqiiY1I0rkH8rJFy3DIRgeFhlHGL7fswQ7UBo5oofD06pvM/s400/Sert%C3%B5esQuadrinhos.jpg" border="0" /></a></div><br /><div>E "Os Sertões" numa espetaculosa ópera-rock:<br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj457vlAlHoyXuQXgATyc-I6wpjyDpWYnm2qLVz3vVtrX5Ctrr1FdLGO0C_K9nS83fTGN9lqBafSl3fAH2GjlnX1fqHtRDswsgzthgXQcTmbiz0fQghvG2YKHmNr2gEabegJAnqg_J9q0c/s1600-h/Sert%C3%B5esOperaRock.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5363995297377439986" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 265px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj457vlAlHoyXuQXgATyc-I6wpjyDpWYnm2qLVz3vVtrX5Ctrr1FdLGO0C_K9nS83fTGN9lqBafSl3fAH2GjlnX1fqHtRDswsgzthgXQcTmbiz0fQghvG2YKHmNr2gEabegJAnqg_J9q0c/s400/Sert%C3%B5esOperaRock.jpg" border="0" /></a><br /><div>Sugiro que começe pelo texto.</div></div></div></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-83337978533592445532009-07-29T13:09:00.000-07:002009-07-29T18:40:04.707-07:00Consciência Ecológica Euclidiana...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlzLCN85LzLmfxWrNhOwncMtOINY5w0PHGLWfZbJWJ3NvZrCcuCNNqyQ6GciKQJwU0DyTgI2ELjUfMG-OVcoxvk4GGPfZxqyy_ExgBFyilR8ls1WOrOUPwHnViYkpIMDw8k_fXDbovLVE/s1600-h/queimada.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5363990990467993282" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlzLCN85LzLmfxWrNhOwncMtOINY5w0PHGLWfZbJWJ3NvZrCcuCNNqyQ6GciKQJwU0DyTgI2ELjUfMG-OVcoxvk4GGPfZxqyy_ExgBFyilR8ls1WOrOUPwHnViYkpIMDw8k_fXDbovLVE/s400/queimada.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Não esqueçamos o agente geológico mais devastador – o homem. </div><div align="justify">Este, de fato, não raro reage brutalmente sobre a terra e entre nós nomeadamente, assumiu, em todo o decorrer da história, o papel de um terrível fazedor de desertos. Começou isto por desastroso legado indígena. </div><div align="justify">Na agricultura primitiva dos silvícolas era instrumento fundamental – o fogo. </div><div align="justify">Entalhadas as árvores pelos cortantes <em>dgis</em> de diorito; encoivarado, depois de secos, os ramos,alastravam-lhes por cima, crepitando, as <em>caiçaras</em>, em bulcão de fumo, tangidas pelo vento. Inscreviam, depois, nas cercas de troncos combustos das caiçaras, a área em cinzas onde fora a mata exuberante. Cultivaram-na. Renovavam o mesmo processo na estação seguinte, até que, de todo exaurida aquela mancha de terra, fosse, imprestável, <em>caapueira</em> – mato extinto – como o denuncia a etimologia tupi, jazendo dali por diante irremediavelmente estéril... </div><div align="justify">Veio depois o colonizador e copiou o mesmo proceder. </div><div align="justify">Imaginem-se os resultados de semelhante processo aplicado, sem variantes, no decorrer dos séculos... </div><div align="justify">Previu-os o próprio governo colonial. Desde 1703 sucessivos decretos visaram opor-lhes paradeiro. E ao terminar a seca lendária de 1791-1792, a grande seca, como dizem os mais velhos sertanejos, que sacrificou o Norte, da Bahia ao Ceará, o governo da metrópole figura-se tê-la atribuído aos inconvenientes apontados desde logo, como corretivo único, severa proibição ao corte de florestas. </div><div align="justify">Esta preocupação dominou-o por muito tempo. Mostram-no-lo as cartas régias de 17 de março de 1796, nomeando um “<em>Juiz Conservador de Matas</em>”; e a de 11 de setembro de 1799, decretando que “<em>se coíba a indiscreta e desordenada ambição dos habitantes da Bahia e Pernambuco que têm assolado a ferro e fogo preciosas matas... que tanto abundavam e já hojeficam a distâncias consideráveis, etc</em>”.<br /></div><div align="justify"><br /><br /></div><div align="right"><strong>Trecho do Capítulo V, da primeira parte </strong></div><div align="right"><strong>de “Os Sertões”.</strong></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-87361955798757064452009-07-04T13:02:00.000-07:002009-07-04T13:06:31.929-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFYrRlwQIiFK331CY9DNGLhPrNI45ZIfI26-FrxiG-7VlSWmax2rYMhE4tdLDXXKx_6iu5cEmdr4T4EPe3-RtSBAMCAZT7z9d46g9dFMD749RAVXCn_srOKERC51TvcQ_nRQE_xMYus0w/s1600-h/blog.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5354698762594798898" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 296px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFYrRlwQIiFK331CY9DNGLhPrNI45ZIfI26-FrxiG-7VlSWmax2rYMhE4tdLDXXKx_6iu5cEmdr4T4EPe3-RtSBAMCAZT7z9d46g9dFMD749RAVXCn_srOKERC51TvcQ_nRQE_xMYus0w/s400/blog.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><strong>Um blog sobre incertezas, literatura & tombos na rua....</strong></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-22829851875766498072009-07-04T11:32:00.000-07:002009-07-04T12:59:39.405-07:00Declínio e Queda<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsKcT5q0P3Gk5qrWcApea7RH3w4-urjOGY2Gha2whXZ7wTQ6xqt3EgttywYCFBD-gB4lglejQbfOGkIlDmsPsq3uN043-DIGPTMWkEsi1ts3q3N0Kkg3uBc4nFmpxyPyvTqibOedSOmtY/s1600-h/queda.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5354693549479008482" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 296px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsKcT5q0P3Gk5qrWcApea7RH3w4-urjOGY2Gha2whXZ7wTQ6xqt3EgttywYCFBD-gB4lglejQbfOGkIlDmsPsq3uN043-DIGPTMWkEsi1ts3q3N0Kkg3uBc4nFmpxyPyvTqibOedSOmtY/s400/queda.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><strong>Aí</strong>, a pessoa que, há meses, está preparando uma certa pesquisa biográfica, o resgate histórico de um ilustre desconhecido, viaja algumas léguas até uma cidade específica, no maior empenho do mundo, para recolher documentos deveras importantes, num determinado convento, auxiliado por um frei todo paciência, solicitude e generosidade, ao lado do qual passa quase o dia inteiro vagando entre a biblioteca e o cemitério, do dito lugar, revirando fotos antigas, cartas encardidas e tals. Aí, a pessoa, já assaz satisfeita, suada, suja e, sobremaneira, bem informada sobre o referido e incógnito biografado, decide então que é hora de voltar. Aí, a pessoa agradece, despede-se e sai. Aí, a pessoa, com o lepitopi cheio de coisas e a cabeça cheia de ideias, de repente, olha em volta e percebe que está perdida. Aí, a pessoa perambula pelo bairro, erra as calçadas, pisa num côco -veja bem - num côco, e cai... Catapuf!... Aí, todo mundo ri e quase ninguem acode. Aí, a pessoa, muita digna, toda séria, se levanta, ajeita a roupa e a alma, e vai por ali, pela estrada a fora, pensando em quantos outros grandes historiadores já não cairam em circunstâncias análogas. Aí a pessoa, já confortada pela imagem de Heródoto se estatelando numa rua persa, ou do distraído Tucídides lascando a cara num obelisco egípicio, entra numa farmácia da rodoviária, compra um bandeidi, faz os devidos reparos, e toma o rumo de casa. Aí, a pessoa, já ônibus, recosta-se cadeira e, ainda como Heródoto, pensa: de todos os infortúnios que que afligem o homem, o mais amargo é que temos a consciência de muito, mas o controle de nada. </div><br /><div align="justify"></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-68677000110507698182009-06-21T18:00:00.000-07:002009-06-21T18:15:56.672-07:00E aí eu acordo, e... tá 17 GRAU!!!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKWM3LnGtFxkTXBH0dScYKESgn37ZzFBvTj34efgHuRPtnGifR2PIvdrb1rzvV6JQflqBi5s_SsxMts8sCEJY4OKB_ZT-nlPxc5mXWNLDXLnV5_mva0TAxtsR9IJVHBBpuEaeJP64xQZE/s1600-h/frio.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5349952638895604098" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 377px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKWM3LnGtFxkTXBH0dScYKESgn37ZzFBvTj34efgHuRPtnGifR2PIvdrb1rzvV6JQflqBi5s_SsxMts8sCEJY4OKB_ZT-nlPxc5mXWNLDXLnV5_mva0TAxtsR9IJVHBBpuEaeJP64xQZE/s400/frio.bmp" border="0" /></a><br /><div>"<em>O Inverno é um vovozinho trêmulo, com a boina enterrada até os olhos, a manta enrolada nos queixos e sempre resmungando: "Eu não passo deste agosto, eu não passo deste agosto..."</em></div><br /><div></div><br /><div align="right"><strong>Mário Quintana, </strong></div><br /><div align="right"><strong>in <em>Lili Inventa o Mundo.</em></strong></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-14091182758320640482009-06-10T12:03:00.000-07:002009-06-11T06:40:11.189-07:00Presença Real<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxgY9WA-kLSbmbxjFYayTusmi3uXIHdoJ43BLnb1X2u1DcDtGARBfm_4C2FzQxRvqMDdhTr1RhERiZ9oUjkyZNTVxhGDdx6Ior_84AK-tJ4E5tcy0UlqgYwHMByvimlHF6UnC9M7T8MjI/s1600-h/cosmos.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5345787869851629394" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 267px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxgY9WA-kLSbmbxjFYayTusmi3uXIHdoJ43BLnb1X2u1DcDtGARBfm_4C2FzQxRvqMDdhTr1RhERiZ9oUjkyZNTVxhGDdx6Ior_84AK-tJ4E5tcy0UlqgYwHMByvimlHF6UnC9M7T8MjI/s400/cosmos.jpg" border="0" /></a> Celebra-se hoje o mistério da presença. Aquele que tudo criou e tudo dispõe, pode ser contemplado numa diminuta partícula, fina e circular, que chega aos nossos sentidos, tão limitados em sua imanência, como um suplemento para a transcendência abosulta. A lógica deste mistério, só inteligível aos que creem, e também aos que leem, tem implicações não apenas metafísicas, mas também semânticas: Transubstanciar é traduzir!</div><div align="justify">A princípio, Deus estava inacessível à linguagem humana, à articulação conceitual ou a qualquer tipo de pensamento verbalizado. Sua presença era a presença rigorosamente inconcebível, inimaginável e impronunciável do Sinai:<em> Não pronunciareis o meu nome</em>!... Sua revelação era espinhosa como uma sarça, e ardente como uma tautologia: <em>Eu sou Aquele que é</em>!... Qualquer tentativa para caracterizá-lo, para representá-lo, para figurá-lo ou significá-lo, ainda que de forma análoga, era terminantemente proibida: <em>Não farás para ti imagem</em>!...</div><div align="justify">Mas quando chegou a plenitude dos tempos, o Verbo indizível de Deus se fez carne e veio habitar entre nós. Noutros termos, Ele próprio fez-se imagem, adquiriu figura humana, confirmando assim uma forma já prefigurada no Gênesis: <em>Façamos o homem a nossa imagem, como nosso semelhante</em>!.. Dessa vez Ele mesmo se fez homem, e então ficamos conhecendo não somente o seu nome, mas também a sua face. A misteriosa tautologia da sarça transubstanciou-se na luminosa ontologia do presépio. <em>E a luz brilhou nas trevas</em>!...</div><div align="justify">Sua presença era real, visível, pronunciável, sensível e até degustável. Sim, porque a grande teofania só estaria completa depois de outra transubstanciação. O verbo que virou carne, agora seria pão, pois assim dizia o 16° capítulo do Êxodo:<em> Deu-lhes o pão do céu a comer</em>!... Com efeito, o Verbo que veio habitar entre nós assim declarou: <em>O pão do céu é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo</em>!... <em>Eu sou o pão da vida que desceu do céu</em>!... </div><div align="justify">A encarnação do Verbo e a sua transubstanciação em pão constituem o grande mistério da Presença Real na eucaristia, que traduz a transdência absoluta do Criador para a imanência contingente da criatura. E, de forma absolutamente singular, essa concepção, como notou Pascal, foi o que impeliu o espírito humano a observar sua profundidade ontológica sob uma perspectiva iminentemente semântica. </div><div align="justify">Quando Shakespeare, por exemplo, descobre a imagem da "incorporação" (Na peça "<em>Sonho de uma Noite de Verão</em>") para descrever a presença genérica do conteúdo na forma e do sentido no ato, sua poesia estabelece uma analogia direta com a "presença real" da transubstanciação eucarística. Como nenhum outro acontecimento em nossa história espiritual, o postulado da <em>kenosis</em> de Deus por intermédio de Cristo e de sua ininterrupta presença na hóstia e no vinho sacramentais, condiciona, num nível bastante profundo, toda concepção estética.</div><div align="justify">Antes de Pascal e Shakespeare, São Tomás de Aquino já havia notado que graças à transubstanciação do supremo mistério da presença divina e de sua concreção numa forma exterior (a da eucaristia), o homem podia e devia imprimir um significado ao sensorial. Pois Deus, ao se revelar e participar de nossa condição física, concedeu-nos a dignidade de participarmos e revelarmos sua divindade. Com efeito, já não há interdição ao símbolo, e obsoletos são os anátemas do "<em>Êxodo</em>" e da "<em>República</em>" de Platão. </div><div align="justify">O <em>ingenium</em> do artista que concebe formas, o processo de imprimir significação à matéria bruta e o poder das artes e da literatura para produzirem imagens, transformam de fato a ficção numa <em>figura veritatis</em>, uma figuração da verdade. É essa semiótica do signo, essa materialidade do imaterial, consentida na encarnação do verbo e confirmada na transubstanciação da hóstia e do vinho, que reforça as singularidades da experiência estética com suas funções de verdade ficcional.</div><div align="justify">Toda criação verdadeiramente artística ou literária abriga uma "presença real". Como o Cristo na eucaristia, a <em>persona</em> engendrada por um escritor (ou pintor, ou escultor, ou compositor) pode ser perene e onipresente. Nenhuma temporalidade diminui as urgentes indecisões de Hamlet, o heroísmo patético de Dom Quixote ou o cinismo de Brás Cubas. O coelho de Alice no País das Maravilhas continua a correr atravessando os séculos. O autor às vezes é esquecido, mas a sua personagem pode sobreviver muito além da localidade e da língua em que foi criada, pois traduzir é transubstanciar. O grego de Homero e o aramaico dos evangelhistas já não é falado hoje, porém Aquíles e os convidados da Última Ceia continuam revigorando cada vez mais sua presença inextinguível.</div><div align="justify">Habitamos mundos de linguagem (como queria Heidegger) ou jogos de linguagem (como queria Wittgenstein) de um modo tão multifacetado e íntimo que nossa própria sensação de ser é, fundamentalmente, estética. É algo que se torna "sensível", nas condições mais abrangentes deste termo, por meio de uma transubstanciação. Ouvir uma música, admirar um quadro ou ler um livro é o mesmo que comungar: participamos de uma transcendência em tom menor. Não à toa, Oscar Wilde, depois de convertido, dizia que quando lemos realmente, quando a experiência é a descoberta do significado, agimos como se o texto (a peça de teatro ou uma escultura) encarnasse a presença real de um ente significante. Ser habitado pela música, pela arte, pela literatura, tornar-se capaz de reagir a tais hospedagens como anfitrião - ainda que inesperado - é ter a simples experiência eucarística.</div><div align="justify">Cada frase, verso, parágrafo, página, livro, pintura ou canção tem o efeito comunicador das partículas sacramentais, podendo expandir seu significado no tempo e no espaço a todos aqueles que seu autor não viu nem conheceu, simplesmente por não terem ainda nascido.</div><div align="justify">O agente épico, cêncio ou ficcional possuem uma vitalidade, uma densidade, isto é, uma presença tão real que supera, com frequência, a de qualquer ser vivo.</div><div align="justify">Portanto, só a articulação dos três campos semânticos em torno da sagrada eucaristia - o teológico, o filosófico e o poético - pode assumir a sua mais orgânica coesão. E fique dito, mas bem dito, que colocar isso em texto não representa nenhuma tentativa de proselitismo religioso ou de exercício filológico, por mais legítimos e férteis que sejam. Representa apenas uma oportunidade para medir com a maior precisão possível nossa distância de um centro perdido e a extensão das sombras projetadas por nosso atual crepúsculo laico - embora certamente tais sombras anunciem um dia novo, anunciem aquilo que Dante teria batizado de uma "<em>Vita Nuova"</em>. </div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8310992928865046980.post-45994486629067724372009-06-10T11:21:00.000-07:002009-06-10T12:02:30.614-07:00Palavras Cantadas<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_pypPX04G_jMelEjdbpiG5sqHrolYHC_DprSNhEVlTx5weKp7iwQlE62kavCmNV7MS_35oBDlAzfzF1IzShhIcnRSDtKIl6NG9VyO2fYmXQ-Zy_hif3-aa0p87P4gC9bwyNCXMSj3BFI/s1600-h/Missal.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5345773020736838738" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_pypPX04G_jMelEjdbpiG5sqHrolYHC_DprSNhEVlTx5weKp7iwQlE62kavCmNV7MS_35oBDlAzfzF1IzShhIcnRSDtKIl6NG9VyO2fYmXQ-Zy_hif3-aa0p87P4gC9bwyNCXMSj3BFI/s400/Missal.jpg" border="0" /></a><em><strong>Adoro te devote, latens Deitas, </strong></em></div><em><strong><div align="center"><br />Quæ sub his figuris vere latitas;</div><div align="center"><br />Tibi se cor meum totum subjicit,</div><div align="center"><br />Quia te contemplans totum deficit. </strong></em></div><div align="center"> </div><div align="center"><br /></div><div align="center">Adoro-Te com amor, Divindade latente</div><div align="center"><br /></div><div align="center">Sob estas espécies deveras presente</div><div align="center"><br /></div><div align="center">Todo o meu coração está sujeito</div><div align="center"><br /></div><div align="center">Em tua contemplação desfeito</div><br /><div align="right"><strong></strong> </div><div align="right"><strong>São Tomás de Aquino</strong></div><div align="right"><strong>Século XIII</strong></div>Christianohttp://www.blogger.com/profile/14277260559557334272noreply@blogger.com2