Parado numa fila de cinema, Lou Reed viu um mendigo esbravejando com uma mulher. Assim que chegou mais perto, notou que o sem-teto não estava propriamente aborrecendo a senhora, e sim recitando aos brados O corvo, de Edgar Allan Poe. Quem está familiarizado com o engajamento de Lou Reed nas descrições veementes do comportamento humano sabia que ele acabaria transformando em letra de música a curiosa situação. E foi o que fez no The Raven (O Corvo), seu 23º álbum solo - desde que saiu da lendária banda Velvet Underground. A quem interessar possa, o disco dá mais uma prova de que Lou Reed, com certeza, é o melhor cronista que o rock já promoveu. Sua verve está afiadíssima. Sexo extremado, drogas e amores amargos integram o panorama musical de The Raven, um disco que deve ser apreciado – como o próprio autor já aconselhou em vezes anteriores – com fone de ouvido para ser mais bem entendido em sua plenitude, tanto em relação às letras contundentes quanto às melodias e harmonias de peso.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
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3 comentários:
christiano, nao some mais assim nao. e se sumir um pouco, quando voltar avise.
cristina
Parabéns, excelente texto sobre Lou Reed. Gostei muito também das postagens sobre Poe. Voltarei outras vezes.
Kovacs, vc é mais do que bem-vindo, é esperado. Volte sempre!!!!
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