quinta-feira, 3 de julho de 2008


Vai, livro natimudo,
E diz a ela
Que um dia me cantou essa canção de Lawes:
Houvesse em nós
Mais canção, menos temas,
Então se acabariam minhas penas,
Meus defeitos sanados em poemas
Para fazê-la eterna em minha voz
Diz a ela que espalha
Tais tesouros no ar,
Sem querer nada mais além de dar
Vida ao momento,
Que eu lhes ordenaria: vivam,
Quais rosas, no âmbar mágico, a compor,
Rubribordadas de ouro, só
Uma substância e cor
Desafiando o tempo.
Diz a ela que vai
Com a canção nos lábios
Mas não canta a canção e ignora
Quem a fez, que talvez uma outra boca
Tão bela quanto a dela
Em novas eras há de ter aos pés
Os que a adoram agora,
Quando os nossos dois pós
Com o de Waller se deponham, mudos,
No olvido que refina a todos nós,
Até que a mutação apague tudo
Salvo a Beleza, a sós.


Ezra Pound

5 comentários:

helentry disse...

"Houvesse em nós
Mais canção, menos temas,
Então se acabariam minhas penas,
Meus defeitos sanados em poemas"

Obrigada por trazer a beleza destes versos até nós, por fazer nosso dia mais luminoso, por teu blog, meu amigo! Linda poesia! Não a conhecia!

Badá Rock disse...

Preciso ler Ezra Pound.

DIARIOS IONAH disse...

Cristiano,
a plomeica no blog abrkdbra continua
a defesa total a literatura brasileira. da uma espiadinha.

DIARIOS IONAH disse...

polemica no http://abrkdbra-coisasdavida.blogspot.com
em defesa da literatura brasileira.
me deixa passar por faltar
letras
as vezes quero todas as letras para mim,
assim escrevo
faltando algumas dela....

DIARIOS IONAH disse...

http;//abrkdbra-coisasdavida.blogspot.com