Friedrich von Hardenberg, mais conhecido por seu pseudônimo literário, Novalis, foi um dos principais representantes do romantismo germânico de fins do século dezoito. Nasceu no dia 02 de maio de 1772, em Oberwiederstedt, num pequenino feudo herdado de seus ancestrais no norte da Alemanha. Dizem que quando pequeno nada falava e apenas observava o mundo ao seu redor. Só após uma grave doença, que na infância o prendeu na cama durante vários meses, Novalis demonstrou seu temperamento - uma grande sensibilidade religiosa e poética, singulares numa criança.
Depois disso, na adolescência tornou-se adepto do círculo dos Sturm und Dranger, onde conheceu Goethe e Schiller. Sua obra poética tem a particularidade de ser inseparável de sua experiência existencial, bem como de seus estudos religiosos e filosóficos. Sua obra-prima, os Hinos para a Noite, por exemplo, foram compostos após a morte precoce de sua namorada, Sophie von Kühn, em março de 1797. Em desespero, junto ao túmulo de Sophie, Friedrich teve um momento de iluminação espiritual e "renasceu" para uma nova vida e uma nova percepção do mundo, expressa em sua obra poética!... E que obra poética, ouçamos:
Temos olhos que a noite abriu em nosso interior, mais divinos que estrelas brilhantes. Sua visão alcança além dos incontáveis hóspedes mais pálidos da noite. Sem auxílio da luz eles penetram as profundezas que abrangem as regiões elevadas com inefável delícia.
A Noite a que o poeta se refere nestes hinos é a imaginação, ou melhor, a intuição humana. E quando ele diz que vê sem auxílio da luz, está aludindo ao saber do Iluminismo, que lele desprezava por elevar a "razão" em detretimento da "imaginação". Na poesia de Novalis a afirmação da imaginação romântica, de uma felicidade existente mais além (distinta dos prazeres terrenos), e de uma celebração da morte, contribuíram para forjar o estereotipo do poeta desligado do mundo, perdido em devaneios de desolação e que morre após a perda da amada à qual jurou amor eterno (ele morreu dois anos depois).
Desse ponto de vista, hoje poderíamos dizer que Novalis era um jovem emo - mas sem franjinha e sem all-star, como diria a Badá!... Estereopitos à parte, eu duvido que algum desses jovens melancólicos de boutique tenha de algum modo conhecido e sentido a tristeza que o grande poeta alemão cantou. Novalis fez da tristeza um poema eterno e não uma forma de se vestir (ainda que a roupa constitua uma forma de expressão!). Junto a Dante, - e por extensão a Ossian, Shakespeare, Milton, Homero, Petrarca etc - Novalis foi erguido ao panteão sublime dos heróis míticos do romantismo. Goethe, ao exaltar o amigo, torna a si próprio e aos Sturm und Dranger - que partilharam de sua presença e se irmanaram a Novalis - heróis em potencial, situando, modestamente, alguns pontos de referência fundamentais para o entendimento futuro acerca do romantismo - do qual, talvez, possa ter surgido o conceito de emo.
Depois disso, na adolescência tornou-se adepto do círculo dos Sturm und Dranger, onde conheceu Goethe e Schiller. Sua obra poética tem a particularidade de ser inseparável de sua experiência existencial, bem como de seus estudos religiosos e filosóficos. Sua obra-prima, os Hinos para a Noite, por exemplo, foram compostos após a morte precoce de sua namorada, Sophie von Kühn, em março de 1797. Em desespero, junto ao túmulo de Sophie, Friedrich teve um momento de iluminação espiritual e "renasceu" para uma nova vida e uma nova percepção do mundo, expressa em sua obra poética!... E que obra poética, ouçamos:
Temos olhos que a noite abriu em nosso interior, mais divinos que estrelas brilhantes. Sua visão alcança além dos incontáveis hóspedes mais pálidos da noite. Sem auxílio da luz eles penetram as profundezas que abrangem as regiões elevadas com inefável delícia.
A Noite a que o poeta se refere nestes hinos é a imaginação, ou melhor, a intuição humana. E quando ele diz que vê sem auxílio da luz, está aludindo ao saber do Iluminismo, que lele desprezava por elevar a "razão" em detretimento da "imaginação". Na poesia de Novalis a afirmação da imaginação romântica, de uma felicidade existente mais além (distinta dos prazeres terrenos), e de uma celebração da morte, contribuíram para forjar o estereotipo do poeta desligado do mundo, perdido em devaneios de desolação e que morre após a perda da amada à qual jurou amor eterno (ele morreu dois anos depois).
Desse ponto de vista, hoje poderíamos dizer que Novalis era um jovem emo - mas sem franjinha e sem all-star, como diria a Badá!... Estereopitos à parte, eu duvido que algum desses jovens melancólicos de boutique tenha de algum modo conhecido e sentido a tristeza que o grande poeta alemão cantou. Novalis fez da tristeza um poema eterno e não uma forma de se vestir (ainda que a roupa constitua uma forma de expressão!). Junto a Dante, - e por extensão a Ossian, Shakespeare, Milton, Homero, Petrarca etc - Novalis foi erguido ao panteão sublime dos heróis míticos do romantismo. Goethe, ao exaltar o amigo, torna a si próprio e aos Sturm und Dranger - que partilharam de sua presença e se irmanaram a Novalis - heróis em potencial, situando, modestamente, alguns pontos de referência fundamentais para o entendimento futuro acerca do romantismo - do qual, talvez, possa ter surgido o conceito de emo.
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