terça-feira, 28 de agosto de 2007

Um escravo de suas vontades...


Se vier um dia em que ao momento

Disser: Oh, pára! és tão formoso!

Então algema-me a contento,

Então pereço venturoso!

Repique o sino derradeiro,

A teu serviço ponhas fim,

Pare a hora então, caia o ponteiro,

O Tempo acabe para mim!


Aos olhos de Fausto, aquele "Oh, pára!" não constitui nenhuma manifestação de vida ou de amor, mas sim um sinal de morte. Pois o momento em que ele desejasse parar, quisesse deter-se porque a existência se lhe afigurasse bela e ele se mostrasse satisfeito com a realidade presente, esse momento deveria ser ao mesmo tempo o de sua morte - o instante, portanto, em que Mefisto, zeloso servo de Fausto durante o seu tempo de vida, assumiria domínio irrestrito sobre sua alma.

A quem interessar possa, há na wikipédia um verbete sobre Fausto escrito por mim. Vale a pena conferir.

2 comentários:

H disse...

seu blog me oferece infindável conhecimento e indizível prazer.

continue assim. admiro sua prosa e sua cultura.

Christiano disse...

Meu caro e misterioso H.

O melhor desta biblioblogoteca são os visitantes. Desde o seu início ela tem sido uma oportunidade de conhecer pessoa talentosas e interessantes, como vc por exemplo.
Dei uma olhada no seu blog e descobri que és poeta. Morro de inveja dos poetas. E vc é o terceiro que tive o parzer de conhecer. E tudo graças a este blog.

Volte sempre!