terça-feira, 10 de abril de 2007

Prefácio das Causas Fundamentais e dos Motivos deste Blog


Excetuando-se os teólogos e os escritores de romances fantásticos, creio que mais ninguém contestaria que os aspectos essenciais do universo são a escassez de sentido e a falta de um objetivo definido. Eu não contesto!... Mesmo assim, com inusitado otimismo, continuo catando todo fiapo de informação considerável que consigo encontrar em rolos, livros ou circuitos eletrônicos, enchendo prateleiras e prateleiras de bibliotecas, pouco importa se materiais, virtuais, ou de outro tipo qualquer, dedicando-me pateticamente em conferir à minha realidade uma aparência de sentido e ordem, conquanto sabendo que, por mais que deseje o contrário, meus esforços estão lamentavelmente fadados ao fracasso.
Por que, então, insistir nisso? Porque a invetigação me parece valiosa em si mesma, e eu não tenho nada melhor para fazer! Em minha adolescência estouvada, enquanto os outros sonhavam com a segurança e as glórias da medicina, do direito ou da engenharia, eu sonhava em ser bibliotecário. Com efeito, a preguiça e o gosto pela literatura quiseram que fosse assim. Cá estou.
O ofício, ou mania de servir de guia aos perplexos não é recente e tampouco fácil. Borges dizia que assim como a espada é um prolongamento do braço do homem, o livro é uma extensão de sua memória. E o bibliotecário, por conseguinte, é o seu guardião.
Um guardião assalariado - diga-se de passagem - que, numa época em que as telas usurpam o lugar dos livros, tem que correr contra o tempo para não deixar que os homens percam sua memória, e que ele próprio perca seu emprego!
Não sei que poeta disse uma vez que a história começa num encontro e termina numa busca. Isso é a mais pura verdade. E uma vez que já se deu o encontro, este blog será o relato de minha busca e do meu pasmo!

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